terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Estilo: caça ao tesouro?

ÓH CÉUS, POR QUE EU NÃO TENHO ROUPA!?

Quem nunca se pegou fazendo essa pergunta diante de um armário abarrotado, e de preferência cinco minutos antes de sair de casa? Encontrar o próprio estilo exige esforço e dedicação, além de conhecer mais a fundo o próprio gosto e a imagem que gostaríamos de transmitir em determinados momentos, e por isso o estilo pessoal está em construção contínua.

Encontrar uma maneira pessoal e intransferível de se vestir não deve ser encarado como obrigação, porque estilo é uma questão de se sentir bem na própria pele. Se você se sente bem saindo um dia de calça masculina e no outro de vestido floral superfeminino, OK. Mas é inegável que saber o que você gosta ou não poupa bastante tempo na rotina diária, e, além disso, a confiança ganha um boost e tanto quando já falamos a que viemos com nosso look.

É tentador desejar um closet a la "De Repente 30", mas arrumar o seu é um grande passo!

Todo mundo sonha com um guarda-roupa impecavelmente organizado, como se fosse uma loja. Mas pra se ter estilo não é preciso gastar uma pequena fortuna e, aliás, é muito mais fácil errar quando se tem muito. Para mim, um armário organizado é o primeiro passo para encontrar identidade ao se vestir: você racionaliza o espaço e enxerga todas as peças que o seu acervo tem e muitas vezes descobre peças que não usava há tempos. 

Espaço otimizado, é a hora de fazer a limpa no guarda-roupa. Critério, nessa parte, é fundamental: experimente algumas peças, principalmente as que não foram muito usadas, e só mantenha o que cair bem de verdade. Reclamar do sapato apertado, da saia muito curta e da calça desconfortável só acentua o quanto essas peças não fazem parte do seu estilo de vida ou como não são adequadas para o momento, e estilo próprio é, ao meu ver, se sentir confortável, para deixar que a atitude reforce a mensagem do look e, para isso, é fundamental conhecer o próprio corpo.

Organizar o orçamento fashion é quase garantia de evitar compras impulsivas

Comprar "aquela" saia da vitrine, tipo suuuupertendência, é quase irresistível! Aí, você chega em casa, experimenta e, além de chegar à trágica conclusão de que na loja estava 1000 vezes melhor, descobre que não combina com nada do seu guarda-roupa. Dividir o orçamento das compras em duas partes, uma para peças básicas que vão durar muitas estações, mas que, como sempre, caibam no seu cotidiano e te deixem à vontade, e outra reservada para tendencitas da vez, diminui as compras impulsivas e traz foco para entender o que realmente gostamos e o que nos diverte só por um verão.

A hora de comprar também exige cuidados. Devemos experimentar tudo que temos vontade, mas, ao cair de amores por uma peça, temos que ir muito além da roupa em si. Por mais que as mil camadas do vestido ou o brilho disco dos paetês do casaquinho te encantem,  a utilidade dessa peça no seu dia-a-dia deve ser pensada antes de tudo, além da aplicação do modelo no seu biotipo e na sua silhueta. Quando experimentar, pense na roupa combinada à outras peças, em diferentes situações, e se pensar "talvez use em uma festa" ou "vou vestir em casa", deixe na loja, porque, provavelmente, a peça não vai sair do armário. Saber desviar de "obras de arte" é importante na conquista de uma marca pessoal, porque diferenciar moda e estilo é fundamental, já que podemos entender que determinadas propostas nós admiramos e outras, além de nos identificarmos, se aplicam ao nosso cotidiano.


Blazer preto de alfaiataria: clássicos nem sempre incontestáveis

Não colocar as propostas e as convenções de moda acima da própria personalidade é tão importante quanto reconhecer que moda e estilo são diferentes. O pretinho básico e o colar de pérolas foram eternizados no vestir feminino, mas não significa que só porque é clássico você TEM que usar. Tomar certas liberdades no padrão do bom gosto nos leva  a encontrar nossos próprios clássicos. Você não sai de casa sem sua saia de estampa gráfica em mil cores diferentes? Eis o seu clássico! Transgredir certas "regras" de moda é saudável, e se transforma em marca pessoal quando cai como uma luva no seu jeito de ser.  Afinal, mulheres não usariam calças com tanta desenvoltura hoje em dia se Chanel não tivesse ousado em usá-las em pleno século XIX, quando todo mundo usava espartilho.

Misturar peças que, segundo qualquer revista de moda, são improváveis juntas é um excelente exercício para encontrar um estilo autoral. O mix & match é essencial e, por mais que os looks totais em uma mesma cor ou estampa estejam super em alta nas passarelas, descombinar é essencial pra treinar o olhar, mas respeitando seu biotipo e a proporção entre as peças. Quem tem estilo sabe que revistas e blogs de moda são valiosíssimos pela carga de informação e inspiração que trazem, mas não propagam leis imutáveis, e por isso sabem filtrar o que realmente pertence à própria personalidade e o que admiram pela criatividade. 

Musas de estilo são ótima fonte de idéias, mas antes de tudo, você deve ser seu próprio ícone de moda. Adoro o estilo da Giovanna Battaglia, stylist da revista W, mas por mais que eu ache incrível usar camisa fechada até o último botão, moro numa cidade que quando faz calor, é MUITO, pelo menos pra mim, então posso me inspirar em elementos do guarda-roupa dela que eu me sinto bem e que são aplicáveis ao meu estilo de vida, como cartela de cores de um look ou acessórios. Quando se trata de tendências du jour, é bom optar por pequenos elementos, como bolsas ou cintos de determinada cor ou estampa, antes de se jogar de cabeça na proposta. Isso mostra que você está usando a moda a seu favor e não é uma escrava dela.

Garimpe! Seja em brechós, bazares ou lojas de departamento...

Um closet criativo mistura peças caras e baratas, de estilos e origens diferentes. A mistura de diferentes em um guarda-roupa mostra a personalidade do dono, por isso garimpar é uma ótima alternativa para conferir bossa às produções. Descobrir novas grifes, achar peças cheias de significado em um brechó ou comprar aquela peça que tem tudo a ver com seu estilo, por uma pechincha, num bazar da sua marca preferida te faz sentir que suas roupas são parte da sua essência. Usar peças incríveis achadas nos lugares mais improváveis enaltece a atitude de quem usa, fazendo com que a pessoa faça o look, e não o contrário.

Um estilo próprio está em evolução e mudança contínuas, e pode se tornar cada vez mais apurado com pesquisa em sites e revistas e fazendo "mistureba" no próprio guarda-roupa. Bora tentar? Mãos à obra, então!

Nenhum comentário:

Postar um comentário